Para os que criticam o Estado Social: Brasil é menos desigual e brasileiro é o mais feliz do mundo, diz FGV

Por Tarso Cabral Violin

Blog do Tarso

 

Gazeta do Povo de quinta-feira

Pobreza no país caiu 7,9% no ano passado

Estudo da FGV revela que o Brasil tem a menor desigualdade em meio século, mas permanece entre os 12 países mais desiguais do mundo

O Brasil atingiu em 2012 o menor nível de desigualdade desde 1960, apesar da crise na Europa. De acordo com a pesquisa “De volta ao País do Futuro” do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (CPS/FGV), o índice de Gini – que varia de 0 a 1, sendo menos desigual mais próximo de zero –, caiu 2,1% de janeiro de 2011 a janeiro de 2012, chegando a 0,5190.

A projeção da FGV é que a desigualdade continue reduzindo no país, levando o índice a 0,51407 em 2014. “A má notícia é que ainda somos muito desiguais e estamos entre os 12 países mais desiguais do mundo. Mas a queda é espetacular e deve continuar”, afirmou Marcelo Neri, coordenador da pesquisa.

A FGV mostra que a renda familiar per capita média do brasileiro cresceu 2,7% nos 12 meses encerrados em janeiro. É o mesmo crescimento registrado de 2002 a 2008, período considerado uma era de ouro mundial, e superior ao 0% de 2009, índice resultante da crise financeira daquele ano.

A pobreza no país também caiu entre janeiro do ano passado e janeiro deste ano: -7,9%, ritmo três vezes mais rápido do que da meta do milênio da ONU. Isso depois de uma redução de 11,7% na pobreza de maio de 2010 a maio de 2011, quando o Brasil crescia mais.

Segundo Neri, a redução da desigualdade foi fundamental para este resultado na pobreza. Ele cita que na última década a renda dos 50% mais pobres do Brasil cresceu 68%, enquanto a dos 10% mais ricos cresceu apenas 10%.

Outra conclusão da pesquisa é que a população nas classes AB será 29% maior em dois anos, enquanto a da classe C crescerá 11,9%. “Agora falaremos da nova classe AB, como falamos da nova classe média”, disse Marcelo Neri, coordenador do estudo.

A projeção do CPS/FGV é que 60,1% da população brasileira estarão na classe C em 2014, ante 55% em 2011. De 2003 a 2011, mais 40 milhões de pessoas chegaram à nova classe média e a expectativa é que serão mais 12 milhões até 2014, somando cerca de 118 milhões de pessoas. A metodologia da FGV, que leva em conta a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE, classifica como classe C aqueles com renda familiar de R$ 1.734 a R$ 7.475. O dado foi atualizado a preços de julho de 2011. A classe AB chegará a 29,1 milhões, contra 13,3 milhões de brasileiros em 2003.

Já a população da classe DE – com renda de zero a R$ 1.734 – seguirá se reduzindo, em consequência da queda da desigualdade e ascensão para outros segmentos econômicos. A FGV calcula que ela sairá dos atuais 63,6 milhões de brasileiros para 48,9 milhões em 2014. No ano de 2003, a base da pirâmide social brasileira tinha 96,2 milhões de pessoas.

Apesar da redução da desigualdade e da pobreza, Neri é taxativo ao afirmar que ela não será erradicada em 2014, como promete o governo federal. “A pobreza não termina, apesar da meta nobre”, disse.

Pesquisa

Brasil lidera ranking de felicidade

O Brasil é tetracampeão em felicidade no ranking de uma pesquisa feita pela Fundação Getulio Vargas em parceria com a consultoria Gallup, na qual a Síria aparece em último lugar. Feita com cerca de 200 mil pessoas em 158 países, a pesquisa realizada em 2011 buscou saber a expectativa de felicidade das pessoas nos próximos cinco anos e também no presente. O Brasil vence nos dois. Depois dele aparecem Panamá, Costa Rica, Colômbia, Qatar e Suíça.

Entre os brasileiros, a pesquisa constatou também que as mulheres são mais felizes que os homens, o que Neri atribui ao maior nível de educação conquistada pelas mulheres nos últimos anos. Segundo ele a educação se traduz em renda e, consequentemente, em uma vida melhor. Outra constatação da pesquisa é de que as mulheres solteiras são mais felizes que as casadas no mundo inteiro.

Folhapress

Recorde histórico: Brasil atinge menor nível de desigualdade social desde 1960

Por Pragmatismo Politico

 

Brasil está mais igual e pobreza cai quase 8% só em 2011. Apesar do enfrentamento de crises financeiras mundiais, índice decresce três vezes mais rápido do que a meta do milênio da ONU, informa estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas)

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Na última década a renda dos 50% mais pobres do Brasil cresceu 68%, enquanto a dos 10% mais ricos cresceu apenas 10%

O Brasil atingiu em 2012 o menor nível de desigualdade desde 1960, apesar da crise na Europa. De acordo com a pesquisa “De volta ao País do Futuro” do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (CPS/FGV), o índice de Gini – que varia de 0 a 1, sendo menos desigual mais próximo de zero -, caiu 2,1% de janeiro de 2011 a janeiro de 2012, chegando a 0,5190.

A projeção da FGV é que a desigualdade continue se reduzindo ano País, levando o índice a 0,51407 em 2014. “A má notícia é que ainda somos muito desiguais. Mas a queda é espetacular e deve continuar”, afirmou Marcelo Neri, coordenador da pesquisa.

A FGV mostra que a renda familiar per capita média do brasileiro cresceu 2,7% nos 12 meses encerrados em janeiro. É o mesmo crescimento registrado de 2002 a 2008, período considerado uma era de ouro mundial, e superior ao 0% de 2009, em função da crise financeira daquele ano.

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A pobreza no País também caiu entre janeiro do ano passado e janeiro deste ano: -7,9%, ritmo três vezes mais rápido do que da meta do milênio da ONU. Isso depois de uma redução de 11,7% na pobreza de maio de 2010 a maio de 2011, quando o Brasil crescia mais.

Segundo Neri, a redução da desigualdade foi fundamental para este resultado na pobreza. Ele cita que na última década a renda dos 50% mais pobres do Brasil cresceu 68%, enquanto a dos 10% mais ricos cresceu apenas 10%.

Outra conclusão da pesquisa é que a população nas classes AB será 29% maior em dois anos, enquanto a da classe C crescerá 11 9%. “Agora falaremos da nova classe AB, como falamos da nova classe média”, disse Marcelo Neri, coordenador do estudo.

A projeção do CPS/FGV é que 60,1% da população brasileira estará na classe C em 2014, ante 55% em 2011. De 2003 a 2011, mais 40 milhões de pessoas chegaram à nova classe média e a expectativa é que serão mais 12 milhões até 2014, somando cerca de 118 milhões de pessoas. A metodologia da FGV, que leva em conta a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE, classifica como classe C aqueles com renda familiar de R$ 1.734 a R$ 7.475. O dado foi atualizado a preços de julho de 2011. A classe AB chegará a 29,1 milhões, contra 13,3 milhões de brasileiros em 2003.

Já a população da classe DE – com renda de zero a R$ 1.734 – seguirá se reduzindo, em consequência da queda da desigualdade e ascensão para outros segmentos econômicos. A FGV calcula que ela sairá dos atuais 63,6 milhões de brasileiros para 48,9 milhões em 2014. No ano de 2003, a base da pirâmide social brasileira tinha 96,2 milhões de pessoas.

“A crise não afetou esse movimento que teve Lula como pai e FHC como avô, pela estabilização. E a educação foi o fator mais importante (para essa migração)”, disse Neri. Para o pesquisador o governo Lula teve sorte por ter enfrentado períodos de crise mundial quando a economia estava superaquecida. As crises, avalia, frearam a economia e a inflação antes do Banco Central agir. Apesar da redução da desigualdade e da pobreza, Neri é taxativo ao afirmar que ela não será erradicada em 2014, como promete o governo federal. “A pobreza não termina, apesar da meta nobre”, disse Neri.

A desigualdade no Brasil e no mundo

Por Emir Sader

 

“A desigualdade brasileira está entre as dez mais altas do mundo, apesar de estar no piso das nossas séries históricas.” Assim começa Marcelo Cörtes Neri artigo no Valor sobre o tema..

A grande novidade no mundo é que a desigualdade diminuiu, graças sobretudo à sua diminuição em países como a China, a India e o Brasil, enquanto ela aumenta nos países do centro do capitalismo. A China e a India abrigam a metade dos pobres do mundo, então os efeitos da diminuição da pobreza nesses países é determinante para sua inédita diminuição em escala mundial.

A trajetória da desigualdade de renda no Brasil, de 1970 a 2000, diz o artigo “lembra o cardiograma de um morto”, isto é, nao se moveu, nem com democracia, nem com ditadura, nem com expansão, nem com recessão. “O único sinal de vida foi dado no movimento de concentração de renda ocorrida entre 1960 e 1970, quando o Gini chega próximo a 0,6, e se estabiliza nesse patamar”. Isto, sob o feito do golpe, da repressão aos sindicatos, ao arrocho salarial, à concentração de renda e à exclusão social promovidos pela ditadura, aumentou ainda mais a desigualdade e ficou nesse patamar até os anos 2000.

A desigualdade de renda no mundo começa a cair com o crescimento chinês – ao contrario do que se propala, que teria aumentado na China a desigualdade com o crescimento – indo de 0,63 em 1990 a 0,61 em 2000. A inflexão mais acentuada se dá a partir de 2000, quando a expansão econômica se dá também na India. Na sua combinação, o Gini mundial cai para 0,54 em 2009, chegando ao piso da seria iniciada em 1950.

De forma similar e paralela, a queda brasileira se dá já nos anos 2000. Depois de 30 anos de alta desigualdade inercial, o Gini começa a cair, passando de 0,6 a 0,54 em 2009. A desigualdade continua em queda, em 2010 cruza o piso de 1960 e entra no 12. Ano de queda consecutiva. “Em janeiro de 2012 o Gini atinge 0,519, caindo no ano passado a uma taxa quase duas vezes mais acelerada que dos primeiros anos da década passada.”

O descolamento entre os emergentes e os países do centro do sistema se acentua com a crise atual, em que a aplicação de políticas recessivas e seletivamente cruéis contra os mais pobres. “Os primeiros anos do início do novo milênio será conhecidos nos futuros livros de história brasileira e de história geral , como de redução da desigualdade. Em contraste com os móvitos da ocupação de ícones de riqueza americana e europeia a começar por Wall Street”, termina ele o artigo.