PT realizará encontro regional de formação política em Ivaiporã

Partido se preparando para eleições de 2012

O Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), estará realizando nos próximos domingos 18 e 25 de março, um curso Regional de Formação Política, visando preparar futuros candidatos à prefeitos, vices-prefeitos e vereadores, para todo vale do Ivaí.

O curso que vai das 8h30 até as 11h, vai acontecer no Plenário da Câmara de Vereadores de Ivaiporã, situada na Praça dos Três Poderes, 500, ao lado da Prefeitura Municipal de Ivaiporã.

Os petista e simpatizantes, assistiram a palestras de Mário Verri, que é vereador em Maringá, de Arilson Chiorato, que é Chefe de Gabinete do Deputado Estadual Enio Verri.

O encontro também terá a participação do Prefeito Cyro Fernandes de Ivaiporã, de Olivan Bolotari Tresse, da assessoria do Deputado André Vargas, de Nilton de Paula, da assessoria do Deputado Ênio Verri, de vereadores da região. Estão previstas as presenças do Deputado Federal André Vargas e da Vereadora Londrinense Lenir de Assis.

Participaram do curso representantes de todos os municípios do Vale do Ivaí.

Informações nos telefones: (43)9922-3828 ou (43)9108-1222.

Benedita da Silva: ‘agora, nós mulheres queremos ser votadas’

Por Noticias Terra

 

Ao assumir o governo do Rio de Janeiro em 2002, a hoje deputada federal Benedita da Silva (PT) era a imagem do preconceito. Tanto que as características “mulher pobre, negra e favelada”, como ela mesma se denominou durante a campanha, viraram forma de identificação da chefe do Executivo estadual e bordão em conversas informais. Mesmo no comando de um dos Estados mais importantes economicamente do Brasil, Benedita conta que enfrentou preconceito. “Você já imaginou uma mulher negra com histórico de comunidade virar governadora do Rio de Janeiro? Era inimaginável”, conta a deputada prestes a completar os 70 anos de idade.

“É claro que a população do Rio de Janeiro sempre me honrou. Fui vice-governadora, governadora, depois senadora e deputada federal. Foi o Estado que me proporcionou isso. Mas é evidente que a minha presença, seja no Executivo, seja no Legislativo, sempre é alvo de discriminação. O preconceito está presente no modo de tratar uma campanha de mulher. Até quando essa mulher tem todas as condições, seja qualificação, conhecimento, postura, ela sofre preconceito”, destacou ela que, em 1998, foi a primeira mulher a presidir uma sessão do Congresso Nacional.

No ano passado, o PT aprovou a paridade de gênero que passará a valer na campanha do partido em 2013. Foi o primeiro partido a destinar metade das candidaturas para mulheres como regra e essa “conquista”, de acordo com Benedita, foi alcançada com muita luta, com as mulheres petistas enfrentando a presença majoritária de homens dentro da legenda.

“Esse compromisso dos partidos dos trabalhadores com as divisão igualitária em relação ao gênero não foi uma dádiva, foi porque nós, mulheres petistas, conquistamos. Também estamos discutindo a reforma política, na qual queremos que se tenha uma lista paritária”, destacou a deputada. Mesmo diante das resistências internas, para a deputada, é necessário reconhecer a atuação do partido nas últimas duas décadas no processo de dar cada vez mais visibilidade às mulheres.

“Foi o Partido dos Trabalhadores que primeiro colocou a questão das cotas. Foi por meio da então deputada Marta Suplicy (PT) e de mim, quando era senadora, que se apresentou a política de cotas para mulheres. Hoje, todos os demais partidos já têm essa política”, destacou. Além da paridade, outra resolução aprovada pelo partido foi o uso de parte do fundo partidário para a formação política de quadros femininos, com mais condições de disputar as eleições.

Essa divisão, de acordo com Benedita, tem o objetivo de evitar uma prática comum nas demais legendas, que para cumprir a Lei das Cotas, que exige 30% das vagas de candidaturas para mulheres, acabam lançando candidatas sem condições de disputa. “Sou candidata para ganhar. Se há 80 anos conquistamos o direito de votar, agora, nós mulheres queremos ser votadas. Isso é um compromisso que a gente tem com as mulheres que lutaram pelo direito ao voto”, disse Benedita que considera os partidos importantes instância de luta feminina.

“Não adianta a gente fazer uma luta sem a presença dos homens. Do ponto de vista didático, é importante a luta das mulheres para o amadurecimento de todos”, completou.

O êxito do Brasil e os perigos da hora

Em um de seus inquietantes paradoxos, Chesterton compara dois grandes santos da Igreja, para mostrar que o temperamento antagônico de ambos conduzia a um resultado comum. “São Francisco – dizia o autor de Ortodoxia – era a montanha, e São Domingos de Gusmão, o vale, mas, o que é o vale, senão a montanha ao contrário?”
Por Mauro Santayana, em Carta Maior
Em termos lógicos, e nisso o pensador católico foi mestre, o côncavo e o convexo se completam, como as duas partes de uma esfera oca. Seguindo o mesmo raciocínio, a ascensão e a queda, das pessoas, das empresas e – com mais propriedade – das nações, são duas categorias que se integram, no todo histórico. É preciso administrar a ascensão pensando na queda e ver, na queda, a oportunidade de repensar os métodos a fim de recuperar a ascensão.
Tudo indica que o Brasil se encontra em ascensão, mas é preciso ver esse momento com as necessárias cautelas. O mundo passa por um desses espasmos históricos bem conhecidos no passado. A Europa está atônita, daí a sua tentativa de, na demonização dos paises muçulmanos, de cujo petróleo depende, criar um inimigo externo que una os seus países, historicamente adversários. Mas, ainda assim, a crise econômica promovida pela licença de caça que seus governos deram aos bancos, continua a dividi-los.
Ainda que 25 paises tenham concordado com a política de arrocho fiscal determinada pela Alemanha, com o apoio da França, a Inglaterra e a Tchecoslováquia negaram sua assinatura. Os países que engoliram a pílula, começam a cuspi-la de volta, conforme a reação de Rajoy, da Espanha, solicitando flexibilidade na adoção das medidas recessivas, qualquer sinal de solidariedade do grupo. O primeiro ministro anunciou em Bruxelas que só pode prometer a redução do déficit público a 5,8 do PIB. E já surgem divergências entre a Alemanha e o Banco Central Europeu.
A Segunda Guerra Mundial foi um excelente negócio para os Estados Unidos, que dela emergiram como a grande potência hegemônica. Agora, no entanto, alguns dos paises que dela participaram e que contribuíram para a vitória com sangue, começam a sair do círculo de giz, e a constituir uma nova realidade planetária. Muitos desses países, como a Índia e a China, foram impiedosamente colonizados pela Europa, até meados do século 20. O Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul constituem novo pólo de poder, que está atraindo outras nações africanas e asiáticas.
Não se trata, ainda, de uma aliança política. São países bem diferentes, com visões de mundo claramente distintas, mas conscientes de que, se souberem interagir de forma pragmática – no respeito mútuo aos mandamentos de autodeterminação – serão capazes de se defenderem dos projetos de novo domínio anglo-saxão sobre a humanidade.
Durante a Guerra Fria, o pretexto para a intervenção dos Estados Unidos e da Grã Bretanha nos países periféricos era o do combate ao comunismo. Qualquer ação desses países, em sua política interna, que significasse a adoção de medidas de desenvolvimento autônomo, como a reforma agrária, a encampação de empresas estrangeiras que ofereciam serviço público de péssima qualidade, e relações comerciais com os paises socialistas, significava uma traição ao sistema ocidental, “democrático” e “cristão”. Assim, os princípios de autodeterminação dos povos e de não intervenção nos assuntos internos dos Estados foram abandonados, embora a retórica das Nações Unidas continuasse a proclamá-los.
Sendo assim, a América Latina – considerado território de caça de Washington – foi invadida por tropas americana ou por mercenários armados pelos Estados Unidos diversas vezes, isso sem falar na ação ostensiva e clandestina de seus agentes, na preparação dos golpes militares violentos, como ocorreu no Brasil, no Chile, na Argentina, entre outros países.
O Brasil vem sendo elogiado pelos seus êxitos na criação de um grande mercado interno, como resultado da política social e do incentivo às atividades econômicas de Lula e Dilma. Ao mesmo tempo, a partir de 1985, conseguimos manter o sistema democrático, com a realização das eleições conforme o calendário, e a alternância no governo de partidos e de pessoas. É uma hora carregada de perigos. Os Estados Unidos, que se encontram em crise, podem cair na velha sedução de usar dos recursos de que ainda dispõem, a fim de cortar o nosso caminho, como fizeram em 1954, no governo Vargas, e em 1964, com Jango. Não podemos permitir que a luta partidária, legítima e necessária, se deixe influir pelos interesses externos.
Sendo assim, o manifesto dos militares contra o governo tem o efeito danoso de estimular os nossos adversários externos, que nele começam a ver o retorno aos confrontos entre civis e militares do passado, dos quais eles souberam aproveitar-se. O documento já está sendo usado em São Paulo, contra a candidatura do PT.
Qualquer movimento que nos divida, como brasileiros, diante das ameaças estrangeiras, deve ser repudiado pelo nosso sentimento de pátria, comum aos civis e militares.