Renúncia favorece organização da Copa, dizem congressistas

Da BBC Brasil em Brasília

 

Ricardo Teixeira. APTeixeira ficou 23 anos à frente da CBF; dirigente renuncia em meio a denúncias de irregularidades

 

O anúncio de que Ricardo Teixeira abandonou a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 favorece a organização do Mundial no Brasil, segundo congressistas ouvidos pela BBC Brasil.

Nesta segunda-feira, quatro dias após se licenciar da presidência da CBF citando problemas de saúde, Teixeira comunicou que deixará o cargo em definitivo, bem como a chefia do COL. O ex-governador de São Paulo e vice-presidente da CBF, José Maria Marín, assumiu os dois postos.

Para o deputado José Rocha (PR-BA), membro da bancada da bola (grupo informal de congressistas tradicionalmente aliados à CBF), a renúncia de Teixeira vai desobstruir os canais de negociação entre a CBF, o governo, o Congresso e a Fifa (federação que rege o futebol mundial). Segundo ele, a relação da CBF com as três instituições estava desgastada, o que vinha prejudicando a organização da Copa.

Rocha afirmou que o sucessor de Teixeira na CBF e no COL, José Maria Marín, tem todas as credenciais para ocupar os postos, por já ter sido governador de São Paulo (entre 1982 e 1983) e presidente da Federação Paulista de Futebol (entre 1982 e 1988).

“Usando toda a sua experiência, tendo boa interlocução com o governo, a Fifa e o Congresso, ele vai ser bom organizador do evento. Mas temos todos que estar unidos em torno dele”, disse à BBC Brasil.

Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), Teixeira demorou para renunciar. “É uma uma vergonha, mais do que vitória, levar tanto tempo para afastar alguém tão desmoralizado”, afirmou Dias, que em 2001 presidiu a CPI do Futebol.

Segundo o senador, desde a CPI, foram reveladas irregularidades na gestão do futebol nacional, mas providências nunca foram tomadas “em razão da cumplicidade de muitos, que foram envolvidos pela força do poder econômico e político que a CBF exerce em autoridades do Legislativo, Executivo e Judiciário.”

Com a substituição na chefia da CBF, diz ele, “talvez não mude muito, porque processo sucessório pode significar troca de seis por meia dúzia”. Ele defende que o governo influencie a escolha do sucessor de Teixeira no órgão, uma vez que a CBF é a principal parceira da administração federal na organização da Copa.

‘Propinas’

O jornalista da BBC Andrew Jennings, autor de reportagem que denunciou uma rede corrupção na Fifa, concorda que levou muito tempo para Teixeira deixar o posto.

A reportagem, veiculada no programa de TV Panorama em 2010, afirmou que a Fifa estava impedindo a divulgação de um documento que revelaria a identidade de dois dirigentes da Fifa forçados a devolver dinheiro de propinas em acordo para encerrar uma investigação criminal na Suíça, em 2010. Segundo o programa, um dos dirigentes era Teixeira e o outro, seu sogro e ex-presidente da Fifa, João Havelange.

“Ele foi um desastre para o futebol nacional, espero que agora as coisas melhorem”, disse Jennings.

Ele afirma, porém, que os aliados de Teixeira também precisam deixar seus postos na CBF e no COL. “Não podem tirar a Copa do Brasil, por causa dos contratos comerciais assinados. Vocês no Brasil têm talento o suficiente para organizar a Copa do Mundo sem a turma do Teixeira.”

Comemoração

Em sua página no Facebook, o ex-jogador e atual deputado Romário (PSB-RJ) também comemorou a renúncia de Teixeira em sua página no Facebook: “Exterminamos um câncer do futebol brasileiro.”

Ele disse esperar que o novo presidente da CBF dê uma nova cara ao futebol nacional, mas afirmou achar isso “muito difícil e quase impossível”.

“Não só acredito, mas também espero, que uma limpeza geral deve ser feita na CBF. Só então, definitivamente, poderemos ficar tranquilos de que a mudança acontecerá em todos os sentidos.”

Em nota sobre a renúncia de Teixeira, o Ministério do Esporte afirmou que continuará “cooperando com a entidade responsável pela organização do Mundial”. “Seguiremos trabalhando em harmonia para o êxito das tarefas comuns necessárias ao sucesso do evento”.

Tatu-bola será o novo mascote da copa de 2014

Por Núcleo de Notícias

 

Mascote foi sugerida por ONG cearense. (Foto:divulgação)

O animal, que está quase extinção, foi escolhido pela FIFA para representar o Brasil na próxima copa que será realizada em 2014. O anúncio oficial, contudo, será feito pelo Comitê Organizador Local brasileiro (COL) somente em outubro deste ano.
Os desenhos e um vídeo com a mascote em movimento já foram produzidos por uma agência de publicidade contratada pela FIFA. O verde será a cor predominante do tatu-bola, que lembra muito uma bola de futebol. O tatu-bola venceu outros animais concorrentes que estavam na disputa, como a onça, o jacaré e a arara.
Apesar de a escolha já ter sido feita, a FIFA ainda precisa registrar o desenho do tatu-bola no OHMI, instituição que trata de patentes na Europa. A FIFA e outras marcas internacionais costuma registrar logos oficiais e desenhos na organização.
Durante a Copa de 2010, o logo da Copa de 2014 vazou pelo site da OHMI. Mais recentemente, o mesmo aconteceu com a marca da Copa das Confederações de 2013. A tendência é que o mesmo ocorra com a mascote do Mundial. No dia 2 deste mês a colunista Mônica Bergamo publicou no jornal Folha de S.Paulo que o tatu-bola era o favorito do COL para ser escolhido como mascote.
Ontem, o jornalista Lauro Jardim, da revista Veja, afirmou que o animal acabou sendo realmente o eleito e que será batizado em votação realizada com os torcedores brasileiros.
A ideia de ter o tatu-bola como mascote de 2014 foi dada pela Associação Caatinga, uma ONG cearense dedicada à preservação ambiental. O grupo criou páginas na Internet divulgando a campanha e em fevereiro entregou o material ao Ministério do Esporte.