NOVO PINHEIRINHO DO EMBU MARCHA PELA CONSTRUÇÃO DE MORADIAS

Por PIG

partidodaimprensagolpista.wordpress.com

 

Dia 7 de março, às 9:00h da manhã, as mais de 2.000 famílias que participam da ocupação Novo Pinheirinho do Embu realizarão uma marcha contra ordem de despejo.

A comunidade do acampamento Novo Pinheirinho do Embu, ocupação realizada pelo MTST em 02 de março, recebeu com consternação, pelas mãos do oficial de justiça, uma ordem de despejo do terreno conhecido como “Roque Valente”, que permanecia abandonado por mais de 20 anos, servindo a fins escusos e sem possibilidade de uso pelos moradores locais.

O terreno foi adquirido pela CDHU em 1998. A Companhia, após realizar um estudo, desenhou um projeto para a área que prevê a manutenção da mata local, a criação de um centro de estudos ambientais, além de outros equipamentos de uso social – de lazer e educação – e 1200 moradias na área já desmatada, para atender parte das 9 mil famílias que sofrem com a falta de moradia digna no município do Embu das Artes.

O grupo autonomeado “pró-parque”, sob a liderança da advogada Maria Isabel Hodnik, conseguiu uma liminar de reintegração de posse contra a comunidade Novo Pinheirinho. O agrupamento mantém uma postura intransigente pela construção de um Parque Ecológico do Embu no local, e  posiciona-se contra a implementação do projeto da CDHU, que beneficiaria não apenas os futuros moradores do local, mas toda a comunidade do Jardim Pirajuçara. Este movimento, com seu exclusivismo, não procura o reconhecimento e a valorização do espaço público e ecológico como um bem comum, mas sim a valorização imobiliária das grandes e luxuosas habitações do entorno. Impede que um terreno pertencente ao Estado – mais especificamente: pertencente à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano – seja utilizado pela população mais carente conforme planejamento habitacional, mesmo quando tal planejamento prevê rigoroso projeto para a preservação ambiental da área. As ações desse grupo representam visão unilateral e elitista do problema ambiental, completamente estranha, portanto, à longa tradição que procura vincular a luta ecológica com o desenvolvimento humano.

O MTST reafirma sua luta pela preservação ambiental, ponto fundamental para garantir qualidade de vida nas cidades com intensa urbanização. Mas acredita que, para o terreno em questão, a melhor solução, inclusive para proteger o meio ambiente – pois, abandonado como está, o terreno segue cada vez mais desmatado –, é a combinação de construção de um conjunto habitacional, equipamentos de lazer e educação e a preservação da área. O MTST defende a combinação de preservação, área de lazer e moradia no terreno, que comporta todos estes usos.

Estas são, portanto, as circunstâncias para a organização da grande marcha contra o despejo, que sairá do acampamento às 9:00h, passará pelo centro de Embu, e terminará no Fórum de Embu. Depois, retornará ao acampamento.

MTST! A LUTA É PRA VALER!

Lançamento do documentário: “Pinheirinho, tiraram minha casa, tiraram minha vida”; compareça

Por Pragmatismo Político

Além do lançamento do documentário, estão programados shows do rapper GOG, Poesia Banda Soul, Preto Soul, Lurdez da Luz, Forró Nova Onda, Veja Luz, Wesley Noog e Zinho Trindade.

Equipe SolidariedadePinheirinho

O Movimento Urbano dos Sem-Teto (MUST) vai realizar, no próximo sábado, dia 3, um ato-show em comemoração aos oito anos de ocupação do Pinheirinho. Mesmo depois de terem sido expulsos de suas casas, no dia 22 de janeiro, os moradores se mantêm na luta pela desapropriação da área.

O ato “Somos todos Pinheirinho” vai reunir, no Campo dos Alemães, artistas, sindicalistas, moradores e integrantes de movimentos populares. Estão programados shows do rapper GOG, Poesia Banda Soul, Preto Soul, Lurdez da Luz, Forró Nova Onda, Veja Luz, Wesley Noog e Zinho Trindade.

Também haverá uma mostra de vídeos produzidos por profissionais e amadores, que retratam a desocupação do Pinheirinho. O cineasta argentino Carlos Pronzato vai realizar, durante o ato, o lançamento do filme “Pinheirinho: tiraram minha casa, tiraram minha vida”.

Toda a programação acontecerá no chamado “campão”, onde teve início a ocupação do Pinheirinho, em 2004.

O “campão” fica na Avenida Adonias da Silva, no Campo dos Alemães. O ato será das 15h às 22h.

Histórico

A Ocupação Pinheirinho completou oito anos no dia 26 de fevereiro. Antes da violenta ação que resultou na expulsão das famílias há um mês, a área servia de abrigo para cerca de 9 mil moradores. Mesmo sem qualquer estrutura garantida pelo poder público, as famílias construíram suas próprias casas, igrejas e pontos comerciais.

A área só foi ocupada em razão do déficit habitacional crítico existente em São José dos Campos. Famílias que durante anos aguardavam na fila da CDHU decidiram, na época, transformar a área abandonada em um lugar para construírem suas casas.

Ao longo dos anos, moradores travaram-se uma dura batalha judicial que resultou na reintegração de posse determinada pela juíza da 6ª Vara Cível de São José dos Campos, Márcia Loureiro.

“Apesar da reintegração de posse, os moradores não desistiram da luta. Mesmo a truculência da PM e o autoritarismo do prefeito Cury e da juíza Márcia Loureiro não conseguiram acabar com a unidade dos moradores. Nossa luta permanece até que cada uma das famílias consiga recuperar o direito a sua parte no Pinheirinho. Queremos que o governo federal desaproprie o Pinheirinho”, afirma Valdir Martins de Souza, o Marrom.