Relatório com denúncias de Pinheirinho podem ser levadas à OEA

Por Agência Pulsar

 

O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo (Condepe) apresentou na sexta-feira (9) um relatório preliminar sobre a atuação da Polícia Militar na operação de remoção das famílias do Pinheirinho, em São José dos Campos.

O documento foi entregue a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). De acordo com o relator, deputado estadual Renato Simões (PT), os “dados contestam frontalmente a versão do Estado, que alegava que não houve violência durante a ação”.

Graves denúncias são feitas nas 56 páginas do documento. Dentre as violações reportadas, 260 pessoas alegam que sofreram ameaças e humilhações; 225 tiveram pouco tempo para recolher os bens; 205 tiveram suas casas demolidas sem a devida retirada dos bens e 248 sofreram com as consequências do uso de armamento. Outra denuncia se relaciona a um estupro coletivo, que teria sido promovido por agentes da Polícia Militar contra membros de uma família.

Outro dado relevante é que 80 pessoas entrevistadas perderam o emprego após a remoção, o que representa 12,7% do total. Isso porque boa parte das pessoas não tinha roupas para ir ao emprego, dinheiro para se locomover ou tiveram que ficar com suas famílias para procurar abrigos.

O Condepe escutou 634 famílias, sendo que apenas um membro de cada uma respondeu aos questionários. Questionada, a Corregedoria afirmou que só vai se pronunciar após tomar conhecimento do relatório.

Durante o ato do Dia Internacional da Mulher em São Paulo, manifestantes também deu destaque ao massacre de Pinheirinho. O governo estadual de Geraldo Alckmin (PSDB) foi responsbailziado por atacar os direitos humanos em São Paulo, inclusive pela falta de moradia digna.

O relatório final, vai ser apresentado no final de março, deve ser encaminhado às comissões de direitos humanos da Organizações dos Estados Americanos (OEA) e à Organização das Nações Unidas (ONU). (pulsar/forum)

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